segunda-feira, 5 de setembro de 2011

«Mission L» em Frankfurt!





















A primeira das grandes novidades de Frankfurt passará pela apresentação do protótipo Mission L - um estudo já muito aproximado da versão de produção daquela que será a berlina a posicionar entre as gamas Fabia e Octavia. Pela observação das primeiras imagens, depreende-se que se trata de um automóvel extremamente atrativo e elegante, reunindo todos os ingredientes para ser um caso de sucesso. Por outro lado, a marca já confirmou que este novo automóvel marcará presença nos tradicionais mercados europeus, na Rússia e na China [embora dotado com especificidades regionais, adaptadas às exigências das diversas regiões do globo]. Para a Índia, e na sequência do que aqui temos vindo a divulgar, será lançada ainda este ano uma variante autónoma, desenvolvida exclusivamente para aquele mercado, não tendo sido, contudo, confirmada a denominação desse modelo.

Mais informações em: www.presseportal.de

[Fotos: Skoda Auto]

2 comentários:

César Ribeiro disse...

Caro semlimites:


Para mim é com grande expectativa que espero por este novo modelo da Skoda, apesar de não colocar grande expectativa nele. E passo a explicar porquê.

Não duvidemos que este carro roçará os limites do lowcost, tendo como principal função a substituição do saudoso Octavia Tour (a frente do Mission L é uma continuação do Octavia mk1, mas com um ar actual) e como principal alvo os mercados emergentes e países de Leste (competirá com o Logan), que anseiam por um carro básico, fiável, espaçoso, robusto… e barato. Aliás, este carro seria ideal para muitas famílias portuguesas, que ao invés disso preferem endividar-se como se não houvesse amanhã em carros que na prática não necessitam. Mas isso já são outros quinhentos, e não um assunto a abordar neste post…

Ora pegando nas informações que nos chegam da India acerca do Lauretta, o qual é muito possível que seja baseado no VW Vento, o novo modelo europeu que sairá do Mission L é também muito provável que seja baseado na plataforma PQ25 (Polo, Ibiza, A1), ou na pior das hipóteses na velhinha PQ24, a do Fabia. Ou então, e tendo em conta que o objectivo era lançar para o mercado um carro com preços a começar nos 12 000- 13 000€, é possível que a Skoda recorra ainda a partes da plataforma do Octavia Tour, a PQ34, e faça uma mistura como acontece com o Roomster (PQ34 + PQ24 + PQ35).

Acho pouco provável que seja baseado no actual Jetta e numa plataforma PQ35 mais básica, já que esta continua a ser demasiado cara para o objectivo (público) deste modelo.


O que levanta a questão: e a plataforma MQB, que supostamente seria utlizada para todos os modelos do grupo até ao segmento D, não era mais económica?

Seja como for, não nos enganemos: este vai ser um carro com os mínimos: possivelmente sem ESP, possivelmente só com 2 airbags de série, com opcionais muito restritos (é possivel que não tenha A/C automático, sensores de luz e chuva, etc), motores mais fracos, e outros cortes semelhantes.

Se isto é mau?

Estamos a falar dum carro de entrada, não dum Superb, e obviamente que temos de ter a consciência que a qualidade, equipamento, etc, paga-se. Logo, e tendo em conta o preço que transpira através dos media, tenho a certeza que a Skoda vai criar outro best seller e nos vai oferecer outro excelente exercício de value for money.

Além disso, e esse é indiscutivelmente o ponto mais importante deste modelo, vai permitir a internacionalização absoluta da Skoda bem como a obtenção de um maior número de vendas e lucros, o que levará a um maior crescimento da marca. E como é sabido, o dinheiro gera dinheiro.


Depois levanta-se a questão do carro em si: há que ser realista e ver que a VW “nunca” (nunca é uma palavra que não devemos empregar muitas vezes por isso deixo o nunca com aspas) deixará a Skoda lançar um hatch dentro do segmento C porque é muito arriscado para a jóia da coroa do grupo, o Golf.

A Skoda é uma marca que ganhou credibilidade nos últimos anos, e uma alternativa ao Golf vinda da Skoda (mesmo que tecnicamente inferior) a 3 000 ou 4000 € mais barata iria semear confusão nas hostes da casa de Wolfsburgo.
Da mesma maneira que qualquer cabrio lançado pela Skoda será algo difícil de vermos, já que um cabrio a “preço da chuva” é algo que não é desejado pela Audi e Volkswagen, que preferem (obviamente) continuar a explorar este nicho duma forma mais elitista e dispendiosa.

Sendo assim, este Mission L é muito provável que se vá enquadrar dentro do segmento C compacto (como o Cruze) para não atrapalhar o Golf e dar continuidade ao Octavia, que seguramente crescerá na próxima geração. Não me parece (como alguns meios têm noticiado) que este carro vá ser um concorrente do Focus, Astra, etc.

Para semana já teremos todas estas respostas.


Cumprimentos,

César

semlimites disse...

Viva César!

Em primeiro lugar queremos agradecer-lhe o seu detalhado comentário que veio enriquecer, em muito, o trabalho que aqui vimos desenvolvendo, expressando os seus sólidos conhecimentos e as suas opiniões sobre um automóvel que, estamos certos, terá particular importância para os planos de expansão desenhados pela Skoda. Por outro lado, devemos-lhe um pedido de desculpas pelo atraso nesta resposta, mas não nos foi possível fazê-lo logo após a publicação do seu comentário.

Partilhou connosco tanta matéria que não será fácil fazer uma síntese que nos permita aprofundar o debate. Ainda assim, tentaremos fazê-lo de forma tão sucinta quanto possível.

1.Sobre um alegado posicionamento quase 'low-cost' do «MissionL» [chamemos-lhe assim até que se saiba o nome definitivo da versão de estrada], temos opinião bem diversa da sua. Não temos dúvidas que o posicionamento comercial deste automóvel será extremamente agressivo do ponto de vista de preços, e também não temos dúvidas que, no alargado espetro de clientes a que se propõe, também terá como missão aliciar potenciais compradores de automóveis 'low-cost'. Isto sucederá da mesma forma, e com o mesmo empenho, que piscará o olho a clientes mais exigentes. Mas, asseguramos-lhe, não se tratará de um automóvel baseado em pressupostos que impliquem opções qualitativas inferiores, como sejam a escolha de chassis vetustos, o recurso a um design pobre [a beleza do protótipo é inequívoca], ou a combinação da utilização de materiais rústicos com um rigor de construção em regressão - isto só para lhe darmos apenas alguns exemplos. Pelo contrário, o MissionL será sinónimo de qualidade, rigor e precisão invejáveis para o preço que irá custar e, certamente, uma referência para as outras marcas, pese embora possa ter uma oferta de motores um pouco menos ampla [baseando-se, provavelmente, nos motores 1.2TSI e 1.6 TDI para a europa]. Por outro lado, é igualmente provável que, tal como referiu, a dotação de equipamentos nas versões base seja menos extensa do que a da concorrência mais 'artilhada' neste âmbito, extraindo-se daí as vantagens de aquisição inerentes. Será um automóvel a sério, com muita elegância, qualidade e muito espaço, a troco de pouco dinheiro, focando-se no essencial.
2.Do ponto de vista mecânico, qualquer uma das hipóteses que colocou para as opções de chassis são válidas e muito dignas – do melhor que se faz nesta indústria, nos respetivos segmentos em que estão representadas. Daqui poderemos ficar tranquilos. Contudo, a hipótese da utilização da plataforma PQ35 – tal como sucede no Jetta americano – não nos parece descabida por duas razões: os custos de investigação e desenvolvimento deste excelente quadro estão amortizados há muito tempo. Por outro lado, a utilização de um eixo traseiro semi-independente associado a travões de tambor, ao invés de uma opção multilink com discos de frenagem, traduz-se em importantes reduções de custos, o que poderá justificar a sua utiilização. Até porque a generosidade das dimensões do automóvel [que se aproximará dos 4.50 m de comprimento] assim o poderá exigir. Seja como for, é muito improvável que a marca lance grandes detalhes sobre os requisitos técnicos do protótipo em Frankfurt, pelo que teremos que esperar mais 6 meses até ao cair do pano de Genebra... Última nota para a eventual utilização da nova MQB: parece-nos que a sua utilização faria [fará] todo o sentido. Resta saber se, à época do início do desenvolvimento do «Mission L» já estaria pronta para 'consumo'...

Obrigado pela sua participação detalhada e sabedoura, esperando que a divulgação de todos os detalhes sobre os quais temos especulado venham a ser rapidamente revelados.

Saudações Skodistas, semlimites.