sexta-feira, 23 de setembro de 2011

«A Marca do Grupo VW com Planos Mais Ambiciosos»

Entrevista realizada por Markus Efler e Susanne Frank, da Focus [Alemanha], ao Prof. Winfried Vahland, Presidente Executivo da Skoda Auto. Publicada originalmente na rede em 21 de setembro e traduzida livremente, com recurso às ferramentas do Google, pelo semlimites.


Focus: A Skoda é a marca do Grupo Volkswagen com planos mais ambiciosos: como será possível duplicar as vendas de 760.000 para 1.5 milhões de automóveis em 2018?
Prof. Winfried Vahland: Em abril fez 20 anos que pertencemos ao Grupo [VAG], tendo estado maioritariamente focados na europa, um mercado confinado a um crescimento moderado. Uma vez que queremos crescer, temos que nos tornar mais internacionais. O potencial é enorme quando olhamos para exemplos como a China. Apenas 4 anos depois de termos entrado naquele mercado, vendemos hoje mais de 180.000 automóveis [por ano]. E na Rússia planeamos produzir com o fabricante local Gaz. Nos últimos 8 anos venderam-se 1.7 milhões de carros na Rússia. Hoje esse número poderá andar perto dos 4 milhões.

F: Os clientes da europa ocidental preferem hatchback's, como o protótipo «VisionD» apresentado em Genebra, mas os europeus de leste e os chineses gostam mais de berlinas notchback clássicas. Como pretende conciliar estas preferências?
WV: Nós não precisamos de um automóvel mundial que seja igual em todo o lado - isso funciona bem para fabricantes de luxo. Nós, porém, precisamos de vender automóveis que sejam especificamente preparados para cada mercado. Contudo, haverá um denominador comum em todos os modelos: serão ligeiramente maiores [que a concorrência] e oferecerão imenso espaço – que é algo que os asiáticos valorizam bastante.

F: A utilização de tecnologia VW e Audi, conjugada com mais espaço e preços inferiores contribuiu para o sucesso da Skoda. Por este motivo, o Presidente Executivo [do Grupo VAG] Martin Winterkorn quer desacelerar-vos um pouco. Os clientes Skoda serão brindados com menos qualidade?
WV: Quem disse uma coisa dessas?! O Sr. Winterkorn está muito satisfeito com o nosso sucesso. A Skoda não é, nem será, uma marca barata, porém o nosso posicionamento global permanecerá atrás da VW. Que fique muito claro: nós sempre oferecemos um excelente value for money, e assim permaneceremos! 

F: Ainda assim, alguns clientes em vez de comprarem um Skoda mais caro, mas provavelmente similar a um Volkswagen,...
WV: A canibalização entre a VW e a Skoda é atualmente muito baixa. Algumas pessoas poderão trocar um VW usado por um Skoda, e dessa forma permanecer no Grupo, em vez de escolherem outra marca diferente. Por fim, o Grupo [VAG] vive de muitas marcas. A Skoda incorpora o Grupo, mas o Grupo também precisa da Skoda. 

F: A gama de modelos existente é suficiente para os vossos ambiciosos planos?
WV: Com o Fabia, o Roomster, o Octavia, o Superb e o Yeti temos já cinco modelos, mas vamos expandir a gama rapidamente. No próximo ano teremos uma berlina compacta que é particularmente adequada aos mercados internacionais. Antes do final de 2011 apresentaremos um citadino mais pequeno que o Fabia: um automóvel de 4 lugares com imenso espaço. 

F: Que novos tipos de clientes têm em vista para os novos carros?
WV: [No caso do citadino] muitos serão clientes Skoda à procura de um pequeno carro. Nós temos uma elevadíssima taxa de fidelidade, já que mais de 60% dos nossos clientes se mantêm fiéis à marca. Por isso propomos este carro para, por exemplo, pais que pretendam comprar aos seus filhos um primeiro automóvel. Ou para clientes Skoda que pretendam adquirir um segundo carro acessível. Ou ainda para pessoas que residem em apartamentos e se confrontam com pouco espaço de estacionamento. Estamos a falar, sobretudo, de clientes jovens e de senhoras, já que o automóvel foi pensado para a europa. 

F: Pretende construir automóveis na China? Em que local?
WV: A Volkswagen tem uma joint-venture com a SAIC. Nós já produzimos Skodas em Xangai, numa fábrica conjunta. 

F: Até agora, a Skoda produziu maioritariamente na República Checa. Fará isto sentido, dado o crescente fortalecimento da coroa checa face ao euro?
WV: Absolutamente. Contudo, a introdução do euro na República Checa seria ainda mais benéfica para nós. 

F: Então a vantagem reside em salários mais baixos, face àqueles que se praticam na Alemanha?
WV: Os custos do trabalho ainda vão sendo mais baratos na República Checa [do que na Alemanha]. A sua quota no custo de um automóvel não pode ser subestimada. Contudo, a produtividade é um fator, no mínimo, tão importante. E é exatamente aí que estamos concentrados, mesmo na República Checa.

Mais informações em: www.focus.de

[foto extraída de: www.auto.dziennik.pl]

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