
A Skoda foi das primeiras marcas a reagir, por iniciativa do Engº Karel Hrdlička, que gizou o desenvolvimento de um automóvel compacto e leve, que pudesse ser locomovido por um motor de baixa cilindrada, garantindo baixos custos de produção e, sobretudo, uma utilização económica. Contudo, pretendia-se que as soluções a adoptar não fossem particularmente castradoras para a dinâmica, o que era uma importante condicionante para o projecto.
O caderno de encargos contemplava um automóvel de 2 portas e quatro lugares, constituído por um quadro de tubo central biforcado nos extremos, - garantia de uma significativa redução de peso sem percas de rigidez estrutural -, uma suspensão independente às 4 rodas, constituída por duplas molas transversais em trapézio, um motor traseiro refrigerado a ar que evitasse a utilização de um pesado eixo de transmissão e uma carroçaria ligeira com estrutura de madeira revestida a chapa, como era típico na época.
Resultado: com a passagem do papel para os protótipos, o Kladamobil - alcunha pela qual ficou conhecido o projecto typ 932 -, tinha um inovador chassis que não ultrapassava os 550 Kg, sendo que a sua ligeira carroçaria tinha ficado confinada a 350 Kg de peso. Quanto ao motor refrigerado a ar, tratava-se de um 4 cilindros de válvulas laterais com 1.498 cm3 [Ø 72 x 92 mm], debitando 22.1 KW [30 CV] às 3.500 rpm.

O que é triste é que, infelizmente, o Kladamobil não passaria à produção. Contudo, as lições aprendidas com o seu quadro inovador e com a ligeireza da sua carroçaria seriam incorporadas no incontornável 420 - o automóvel que abria caminho a um ícone da história automóvel assinado pela marca da Seta Alada - o fabuloso Popular. Numa altura em que a crise volta a assolar o mundo inteiro, quem sabe se a Skoda não repetirá os feitos dos anos 30 quando lançar o seu novo pequeno citadino, no início da próxima década? Estão reunidas todas as condições para que tal aconteça.

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