quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cenários

Em Genebra, o Presidente da Skoda, Sr. Reinhard Jung, afirmou que algumas das novidades ensaiadas nos Fabia Emo Concepts poderiam passar à produção já em 2010. Em jeito de extrapolação podemos fazer o seguinte raciocínio: para um modelo lançado em 2007 poderá parecer um pouco cedo para um facelift. Porém, se pensarmos que o Roomster foi lançado em 2006 e que este automóvel partilha toda a sua zona anterior, tablier, painel de instrumentos e muitos outros componentes com o utilitário de Mladá Boleslav, ganha força a hipótese de uma intervenção simultânea para os dois modelos. Neste cenário, o timing ideal para a apresentação das novidades conjuntas poderá ser mesmo no final do Verão de 2010, no Salão de Paris – numa altura em que ainda não é demasiado tarde para o rejuvenescimento do Roomster, nem particularmente cedo para um refrescar da gama Fabia. Até porque, com a progressiva introdução destes facelifts nos diversos mercados, só teremos a conclusão do ciclo de renovação fechada em 2011, ou seja, precisamente 4 anos depois do lançamento do utilitário checo – partindo do princípio que este panorama é verosímil.

Isto poder-nos-á levar a pensar que este hipotético facelift virá acompanhado da introdução de novas motorizações, o que é muito plausível. E aqui a panóplia de hipóteses é vasta. Neste momento, um upgrade ao 1.2 HTP, em termos de aumento de potência, contenção de consumos e cumprimento das futuras normas anti-poluição Euro V, parece inevitável. Se for viável um acréscimo de força na ordem dos 10 CV [para a versão de 12V], então o actual 1.4 16V de 85 CV estará mesmo condenado a desaparecer, porque o 1.2 tricilíndrico é mais barato de produzir e permitirá, com certeza, obter-se níveis de consumos e de emissões mais contidos. Outra hipótese é a introdução de uma derivação menos musculada do novo 1.2 TSI como motorização intermédia, pese embora os seus custos de produção sejam presumivelmente superiores aos do 3 cilindros que conhecemos. Por outro lado, a substituição do vigente 1.6 16V pelo 1.2 TSI de 105 CV, a estrear no Yeti, também parece [quase] garantida. Porém, na eventualidade da concretização destas premissas, somos levados a pensar que se abre um fosso no que concerne a motorizações de entrada a gasolina. Mas se pensarmos bem, talvez assim não seja: com a Skoda a trabalhar em força no 1.0 'HTP' de 60 CV [que incorporará os 3 citadinos do Grupo], ganha-se simultaneamente um novo motor de acesso para o Fabia, já que a pequena máquina de 1 litro será apresentada ao mercado com um nível de potência igual ao da actual versão de 6 V do 1.200 cm3 [não disponível em Portugal], oferecendo argumentos renovados em termos de economia e desempenho ambiental. Assim sendo, o downsizing será a palavra de ordem para os técnicos da Skoda, nos próximos tempos.

Ao nível de engenhos a gasóleo, a integral substituição das actuais propostas em carteira também parece inevitável, numa primeira fase com os 1.6 TDI [em diversos estágios de potência] e mais tarde com o 1.2 TDI que equipará a muito ecológica variante GreenLine. Claro que é muito pouco provável que todas estas motorizações sejam integradas no Fabia [e muitas delas também no Roomster] de catadupa. Por isso, não é de se excluir a hipótese da introdução de algumas novidades, em termos de motores, já para Frankfurt, no final do Verão.

Enfim, tudo isto não passa de uma futurologia cuja consistência se afunda na lodosa superfície das hipóteses e das extrapolações. Mas um blogue, às vezes, também se faz disto e o semlimites faz uso de todas as 'ferramentas' ao seu dispor, mesmo quando tem que advertir os seus leitores da reserva com que estes assuntos são abordados. Resta-nos observar se, a seu tempo, os cenários aqui apresentados se transmutam em realidades palpáveis. Não seria a primeira vez que isso acontece...

[foto: Skoda Auto]

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