Há coisas que são difíceis de explicar por palavras – nesses casos uma imagem pode ser bem mais preciosa do que milhares de caracteres. A fotografia é, neste contexto, uma arma poderosa. Um conceito bem definido, um enquadramento estudado, uma utilização criteriosa da luz e a manipulação da técnica como meio para atingir um fim [e não como um fim em si mesmo], permitem mostrar ou ocultar muita coisa.
As primeiras 5 imagens que a Skoda revelou dos novos Fabia/Roomster [uma imagem de conjunto, uma foto de cada variante de carroçaria e um desenho técnico] são um exemplo claro disto mesmo – mostram-nos inequivocamente o facelift operado neste automóveis sem, efectivamente, nos mostrarem tudo aquilo que há para ver. Mesmo esquecendo por agora as traseiras dos automóveis, tema que, provavelmente, só descortinaremos na próxima 3ª feira.
O posicionamento baixo das câmaras, os enquadramentos escolhidos, a iluminação rigorosa e o posterior tratamento digital das fotografias, permitiu materializar em imagens dois conceitos muito precisos:
- enfatizar a maior horizontalidade da nova proposta, que se traduz na percepção de que os automóveis são agora mais baixos e largos do que anteriormente;
- ocultar, para já [reservando a 'cereja no topo do bolo' para o Salão de Genebra], uma das mais interessantes características do facelift – o aspecto mais tridimensional e musculado do conjunto 'faróis, pára-choques e grelha'. Uma prova concreta do que pretendemos aqui demonstrar poderá ser observada nos desenhos que ilustram este post. Repare na diferença das linhas inferiores dos pára-choques da versão original [Roomster, imagem de cima] e da nova [Fabia, desenho de baixo]. Os traços a encarnado evidenciam bem o cariz mais arredondado da frente original, em claro contraponto com as superfícies facetadas que caracterizam a nova proposta.
- enfatizar a maior horizontalidade da nova proposta, que se traduz na percepção de que os automóveis são agora mais baixos e largos do que anteriormente;
- ocultar, para já [reservando a 'cereja no topo do bolo' para o Salão de Genebra], uma das mais interessantes características do facelift – o aspecto mais tridimensional e musculado do conjunto 'faróis, pára-choques e grelha'. Uma prova concreta do que pretendemos aqui demonstrar poderá ser observada nos desenhos que ilustram este post. Repare na diferença das linhas inferiores dos pára-choques da versão original [Roomster, imagem de cima] e da nova [Fabia, desenho de baixo]. Os traços a encarnado evidenciam bem o cariz mais arredondado da frente original, em claro contraponto com as superfícies facetadas que caracterizam a nova proposta.
Por isso, quando ouvir ou ler que as alterações estéticas preparadas pela Skoda para os novos Fabia e Roomster são ténues, desconfie. Se há coisa que torna um facelift caro são as alterações dos painéis em aço da carroçaria que, ao contrário do que sucede com os pára-choques de plástico, implicam avultados custos em maquinaria e peças específicas para a sua estampagem. Nesta operação que a Skoda preparou para os seus modelos de entrada, deu-se ao luxo de alterar o capot dos novos automóveis, o que é uma opção cara. Sabendo-se que ninguém gosta de gastar dinheiro mal gasto, e sendo a Skoda uma marca que prima pela criteriosa gestão dos seus recursos, não iria desperdiçar capital precioso numa operação cujos resultados pudessem ser pouco expressivos ou mesmo imperceptíveis. Por isso, quando na próxima semana se abrirem as luzes do Salão, não se admire se, de repente, achar o Fabia e o Roomster com feições bem mais tonificadas do que estava à espera. É que até agora a Skoda só lhe mostrou aquilo que lhe quis mostrar, sem contudo lhe ocultar [quase] nada. Até para a semana...
[fotos originais: Skoda Auto | edição: semlimites]
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