segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Revolução de Veludo




Às vezes a vida é feita de oscilações e na história dos automóveis também se titubeia: há décadas que o construtor de Mladá Boleslav vinha perdendo fulgor, apertado por magros orçamentos e por uma pouco inspirada gestão estatal.
Ainda assim, o brilho da “seta alada” era maior do que a névoa das circunstâncias. Muito maior. E pese embora o atraso tecnológico em que estava mergulhada, a Škoda não podia virar costas ao futuro.
Soltaram-se amarras: novo chassis, nova carroçaria. O velho motor de válvulas à cabeça saltou de trás para a frente e a transmissão também não se deixou ficar. Por fim, Bertone amaciou arestas e a Porsche abafou ruídos e reduziu vibrações. Fizeram-se omoletas sem ovos.
O carro não foi um sucesso estrondoso, mas a sua importância foi muito para além do que os vincados contornos da sua carroçaria poderiam fazer antever. A Škoda tinha dado um passo em frente, e em breve, a par das transformações políticas que a Checoslováquia viria a sofrer, o legado de Laurin & Klement tornar-se-ia muito desejado aos perspicazes olhares de alguns dos mais conceituados construtores automóveis ocidentais. Nessa corrida venceu a VW. E renasceu a Škoda.
Entretanto, o Favorit tinha ganho o seu lugar na história - o de pronuncio de mudança. Fora o primogénito de uma revolução tranquila. Não é um lugar pequeno…

[foto de um protótipo do Favorit: Skoda-Auto]

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