terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Rasgar Fronteiras

Um dos argumentos capitais para o sucesso do Grupo VW nas últimas décadas tem sido uma inteligente partilha de saberes e tecnologias entre as diversas marcas de um dos maiores impérios industriais do mundo [no sector automóvel], consubstanciada na utilização comum de plataformas, componentes e, mais recentemente, de módulos.

Neste universo, a Skoda foi pioneira na introdução de uma nova filosofia de implementação dos recursos disponíveis, misturando, com uma mestria sem precedentes, toda uma panóplia de órgãos mecânicos, dispositivos electrónicos e inovações materiais num único automóvel. Ou seja, o Roomster foi [e ainda é] um autêntico virar de página na forma de conceber produtos inovadores dentro de um Grupo que sempre primou por estar na linha da frente desta indústria. Com este passo, a rigidez das plataformas comuns ficou para trás, e o Roomster pode apresentar-se ao mundo como uma mestiçagem tecnológica sem precedentes. O eixo dianteiro do Fabia, a suspensão traseira do Octavia I e a direcção do Octavia II, deram origem a um chassis com uma distância entre eixos digna das grandes berlinas, catapultando a gestão do espaço interior dos pequenos MPV´s para o que, pouco antes, seria território da ficção científica. E este é apenas um dos muitos exemplos decorrentes da elasticidade conceptual desbravada pelos engenheiros de Mladá Boleslav.

Agora, numa entrevista à Auto Motor und Sport, o presidente da marca da Seta Alada - Sr. Reinhard Jung -, fala-nos desta paixão pela inovação para nos levantar um pouco o véu de como será o citadino que a fábrica de Mladá Boleslav irá desvendar em 2011: «A Skoda sempre expressou o desejo de que a utilização de módulos existentes não fosse feita de forma rígida, mas antes de um modo flexível e criativo. O nosso novo citadino será um excelente exemplo disso mesmo.» Ou seja, quem alvitrava que o mais pequeno dos Skodas fosse apenas um VW Up! com logótipo da Seta Alada, está redondamente enganado, porque nesta marca não se lançam carros novos onde não haja margem para a inovação. Nem que para isso se tenham que rasgar convenções bem estabelecidas, como as que cerceiam a inovação como forma de contenção de custos, para uma gama de automóveis que se pretende tão acessível quanto possível.

Leia a entrevista em: www.auto-motor-und-sport.de

[foto do protótipo Roomster: Skoda Auto]

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