domingo, 16 de agosto de 2009

Um Pedaço de História - Škoda Kirby

Quando a gama Škoda S100/110 foi lançada, há 4 décadas atrás, a frescura da sua base mecânica podia já não ser tão tonificante como o fora na incarnação do seu antecessor - o 1000/1100 MB. Porém, também não se podia considerar obsoleta, dada a qualidade geral dos conjuntos chassis/motores usados nos modelos, que eram propostos ao público com preços verdadeiramente referenciais. Ainda assim, e em boa verdade, a utilização de motores e tracção traseiros estava a cair em desuso e, tirando algumas honrosas excepções, nas quais se incluiam a Volkswagen [com modelos como o Carocha, o Tipo 3 ou o Tipo 4 (411 e 412)], a Porsche [com o incontornável 911] ou a própria Skoda com o seu novo S100/110, a maioria dos construtores optava cada vez mais por layouts mais clássicos de motor dianteiro e tracção traseira ou então aventurava-se por outro conceito mais em voga, criado pela Citroën nos idos anos 30 - o ‘tudo à frente’ estreado na famosa ‘Arrastadeira‘.

Tudo isto para dizer que, embora não sendo o último grito tecnológico, o S100/110 suscitou um fervoroso interesse por parte de múltiplos pequenos construtores e preparadores, que encontraram na sua mecânica uma excelente base para darem azo a criações muito próprias e completamente distintas entre si - dando origem a modelos tão díspares como, para dar apenas dois exemplos, o buggy Škoda Kirby ou o desportivo 1100 GT, este último desenvolvido pelo UVMV [Instituto de Desenvolvimento de Veículos Motorizados, da Checoslováquia].

Hoje relembramos o Kirby, um veículo devotado ao prazer de condução a céu aberto, desenvolvido em Itália pela Motorest [importador da marca no país], ficando a produção a cargo da Autozodiaco. Na prática tratava-se de um simpático buggy de 4 lugares, com carroçaria aberta em fibra de vidro e arcos de protecção em aço, medindo 3.63 x 1.66 m e pesando 560 Kg. O motor utilizado era, na sua base, o do S100 com 4 cilindros, válvulas à cabeça e 988 cm³ de cilindrada, debitando 48 cavalos às 4750 rpm e oferecendo um binário máximo de 75 Nm às 3000 rpm. Em termos de performances, o automóvel atingia uma velocidade máxima na ordem dos 140 km/h e cumpria os tradicionais 0 – 100 Km/h em 12 s, valores bastante interessantes para a época.

O sítio brasileiro «Planeta Buggy», divulga um bom conjunto de informações técnicas e de fotografias relativos a este modelo, baseado num dos poucos modelos que sobreviveram até aos nossos dias, propriedade de Tomáš Wollný. Aconselha-se, por isso, uma visita ao «Planeta Buggy».

Com o calor a apertar, apetecia mesmo uma voltinha de Kirby!

Mais informações em: www.planetabuggy.com.br

[fotos extraídas do sítio www.planetabuggy.com.br]

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